A preservação e valorização da memória e da identidade macaense tem constituído preocupação prioritária do Instituto Internacional de Macau (IIM) desde a elaboração dos seus estatutos, em Maio/Junho de 1999, sendo essa uma vertente fundamental dos seus programas de acção, ao longo de 25 anos de funcionamento. Na reunião anual da assembleia geral do IIM, em Maio de 2024, foi apreciada a proposta de atribuição do Prémio Identidade de 2023 e, cumpridas as formalidades necessárias, é agora anunciado que as personalidades contempladas são, “ex-aequo”, a professora e investigadora Celina Veiga de Oliveira e o jornalista e escritor João Guedes. Esta distinção será formalizada em sessão pública com a entrega de um troféu e do respectivo certificado.

 De acordo com o regulamento, o Prémio foi criado com o propósito de distinguir entidades que, pela sua acção, obra e exemplo, hajam contribuído, activa e significativamente, para o reforço, preservação e valorização da Identidade de Macau. O Prémio “corporiza o mais nuclear espírito do IIM, consagrado nas suas vocação e finalidades estatutárias, e contempla aquelas personalidades, individuais e colectivas, que, nos campos da Cultura em geral, nas Artes, no Pensamento, na Antropologia, nas Ciências Jurídicas e na Educação e Ensino tenham contribuído relevantemente para a substanciação dos factores de identidade de Macau.

 Celina Veiga de Oliveira trabalhou em Macau durante duas décadas, de 1980 a 1999, como professora do Liceu Nacional Infante D. Henrique, da Escola do Magistério Primário e do Instituto Politécnico de Macau, tendo também sido coordenadora do Gabinete do Ambiente e assessora para a Cultura do Gabinete do Governador de Macau. Foi co-autora e apresentadora dos “Arquivos do Entendimento” (série de episódios televisivos sobre a História de Macau) e autora de muito relevante obra publicada sobre temas de Macau e da presença portuguesa no Oriente, matéria que continua a ser objecto da sua atenção, marcando presença regular em conferências, a título pessoal e como vice-presidente da Comissão Asiática da Sociedade de Geografia de Lisboa.

 João Guedes reside em Macau desde 1980 e produziu ao longo da sua carreira na estação televisiva local muito importantes documentários relativos à História de Macau e à presença de Portugal no Oriente, que constituem um acervo incontornável para investigadores e outros interessados e como material didáctico indispensável. É também notável a sua produção literária sobre temas de Macau, que foi estudando e divulgando nas últimas décadas, tendo vários dos seus livros sido publicados pelo IIM.

 Recordamos que o Prémio Identidade foi conferido, pela primeira vez, em 2003, e contemplou, entre outras, figuras como o monsenhor Manuel Teixeira, o escritor e advogado Henrique de Senna Fernandes, o comendador Arnaldo de Oliveira Sales, o arquitecto e investigador António Manuel Pacheco Jorge da Silva, o arquitecto, artista, gestor e produtor cultural Carlos Marreiros, o laureado designer Victor Hugo Marreiros, o investigador da História de Macau e da memória macaense Stuart Braga, residente na Austrália, e o professor e investigador António Aresta, e instituições como a Diocese de Macau, a Santa Casa da Misericórdia de Macau, a Associação Promotora da Instrução dos Macaenses, a Universidade de Macau, a Escola Portuguesa de Macau, o Jardim de Infância D. José da Costa Nunes, a Casa de Macau de Portugal, o Club Lusitano de Hong Kong, a União Macaense Americana, o Grupo Dóci Papiaçám di Macau, o Grupo de Danças Folclóricas “Macau no Coração” e as páginas electrónicas “Macanese Families” e “Memória Macaense”.