
Hoje em dia todos somos um pouco kantianos. Pelo menos na análise de relações internacionais e políticas, aproximamo-nos do mestre Heidelberg, até por correcção política, no sentido de acentuar o papel do sujeito "observador" em relação à realidade "observada". Este paradigma, reforçado pelo relativismo dominante, cresceu como o hoje valorizado conceito de percepção. E isto é o que está em questão nesta conferência: a percepção de cada participante sobre a China e especialmente até que ponto ela constitui (ou não) uma ameaça. A perspectiva que cada um de nós tem sobre esta questão deriva essencialmente da perspectiva histórica do país e a sua avaliação (ou percepção) actual da chamada "ameaça chinesa".