A Imagem dos Portugueses na Mira dos Chineses e dos Macaenses

Álvaro Rosa

Ana Cristina Alves

Docentes Universitários

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Lisboa vs. Macau

Os manuais da Economia ensinam-nos que o progresso económico de um país é espelhado, em larga me­dida, no poder de compra da classe média desse país. A aplicação deste conceito à realidade chinesa res­ponde à evidência de que o desenvolvimento económico da China nos últimos trinta anos tem gerado uma classe média que se estima rondar os 180 milhões de pessoas. É bom sinal para o mundo, pois, são mais 180 milhões a consumir, a viajar e a instalar-se nos hotéis. Segundo as estatísticas oficiais, visitam Portugal, por ano, cerca de 300 mil chineses. A este número somam-se uns dois milhares de estudantes e existem mais de 20 mil os que decidiram fixar-se por cá.

Bem longe do tempo presente que corre em que vemos chineses por tudo quanto é sítio, a nossa opinião sobre os chineses já estava bem for­mada. Os arquétipos mais comuns que os portugueses têm relativa­mente a esta nação asiática são: “os chineses comem arroz”, “são pacien­tes” e “praticam artes marciais”. É importante que se diga que arquéti­pos são ideias baseadas em obser­vações de uns quantos, em regra polarizadas num determinado sentido e não correspondem, na maior parte das vezes à realidade. Por exemplo, no caso do arroz, apenas os chineses das regiões meridionais da China consomem arroz regularmente, por­quanto que os chineses nortenhos, consomem muito mais pão ou massa. Quanto à “paciência do chinês”, diríamos que são tão impacientes quanto o são os portugueses, ape­nas são menos reativos. No que respeita às artes marciais, em termos proporcionais, serão tantos os chi­neses a praticar o kung fu quanto os portugueses que praticam karaté.

Porém, a discussão que propomos neste trabalho não se centra na nossa perceção do chinês, mas an­tes, a perceção que os chineses têm de nós, da nossa cultura e do nosso comportamento na sociedade.

A este propósito, um artigo interes­sante de Fok Kai Cheong (1987), na­tural de Macau, publicado em livro, dava-nos as primeiríssimas perce­ções que os chineses tinham dos portugueses do século XVI. Dizia o Professor Fok que os portugueses eram assustadores! Com certeza, basta recordarmo-nos que foram os portugueses os primeiros ocidentais a chegar às costas da China. À ex­ceção dos homens do mar, até aí, os nativos locais nunca tinham visto um ocidental.

Conta a história que foi Jorge Álva­res o primeiro navegador a acostar o sul da China, algures no delta do rio das Pérolas, no ano 1513. E, três anos mais tarde, o capitão Fernão Peres de Andrade chega a Cantão e tentará levar uma embaixada liderada por Tomé Pires até ao Impera­dor, por volta do ano 1520, a fim de estabelecer relações comerciais for­mais com a China, façanha que re­dundará em falhanço, devido a vá­rios motivos, entre os quais, intrigas criadas pelo deposto rei de Malaca junto da corte imperial chinesa. Nos anos de 1521 e 1522, houve novas tentativas da parte portuguesa em estabelecer relações comerciais com a China, porém, nada de frutífero foi possível por que a China entendeu banir todo e qualquer negócio com estrangeiros.

Como resultado, a chegada dos pri­meiros portugueses à China foi re­cheada de incidentes e infelicidades. Logo, as primeiras impressões dei­xadas não podiam ser favoráveis. Fok dizia que os primeiros registos das impressões chinesas da altura davam conta de que os portugueses eram uma espécie de goblin, “por­tadores de apenas parecenças su­perficiais com o ser humano normal e… descendiam de antigos cani­bais”. Os seus corpos tinham formas estranhas, os seus trajes bizarros e o seu comportamento abjeto.

Os mesmos registos descreviam, ainda, os portugueses como enormes de “sete pés”, com nariz grande, tez clara, boca em bico e olhos de gato. A sua barba era farta e encaraco­lada, enquanto que a cor dos cabe­los se aproximava do vermelho. Mas, também havia outros que eram carecas e com barba feita.

O que mais causava impressão aos chineses era o comportamento dos portugueses. Como estes não cum­priam o preceito tradicional da cul­tura chinesa, os locais igualavam as gentes lusas a animais. Diziam que os portugueses só se pareciam com humanos quando estavam bem-dis­postos e que “a sua natureza animal prevalecia quando perdiam a boa temperança” (Fok, 1987).

Os portugueses eram tão mal vistos que os indígenas locais os conside­ravam canibais – comiam crianças ao pequeno-almoço. Fok argumen­tava que a violência dos portugue­ses e o seu ímpeto de resolver tudo à espada e às armas de fogo fizeram com que tivessem essa imagem tão negativa.

Efetivamente, os portugueses foram proibidos de todo o comércio na costa chinesa desde os incidentes de 1521-1522 e só voltaram a acos­tar nessas margens depois de 1550.

Esses tempos já lá foram.

Hoje, à força de sucessivas vagas de globalização, os povos aproxima­ram-se. O comércio foi e continua a ser o grande veículo de aproxima­ção dos povos. A reboque, vem o turismo que desperta para o conhe­cimento do desconhecido, para o deleite dos nossos sentidos e, para a experimentação de novas vivên­cias. Na nossa era, nenhum povo ja­mais espantará pela aparência física de qualquer outro, contudo, cada sociedade mantém os seus traços culturais ancestrais e quando elas se comunicam concorrentemente de­notam-se as respetivas diferenças.

Ora, o português tem uma estrutura mental e uma base cultural muito distinta da do chinês. Quando um chinês decide viver em Portugal, a ele exige-se uma adaptação ou, pelo menos, uma compreensão do modo de estar e de agir do portu­guês para que lhe seja possível lidar com o dia a dia. E, neste caminhar da compreensão (ou de adaptação) cria-se uma determinada imagem do que é o português.

Queremos sublinhar que a imagem que o chinês tem da gente lusa não tem de coincidir com a imagem que o japonês ou o austríaco tem de nós. Serve-nos de exemplo a questão da pontualidade. Para nós, a hora acor­dada é simplesmente uma referência temporal – marcar um jantar para as 19 horas significa que a partir dessa hora nos encontramos para a refei­ção. Ninguém se aborrece se che­gamos 15 ou 20 minutos mais tarde. Naturalmente, sabemos que para um alemão, essa dilação é uma ofensa, no entanto, para um amigo nosso do Brasil, 19h20 é a hora correta de sair da casa porque o jantar é o início do convívio que durará a noite toda. É imprescindível aceitar que diferen­ças culturais não implicam a noção de bem ou de mal. Nunca podemos dizer que estes povos estão certos ou aqueles errados. Entender a cultura significa tão simplesmente como perceber que diferentes so­ciedades têm comportamento e es­trutura mental diferentes.

Cultural standards

A imagem que os chineses têm dos portugueses que aqui queremos apresentar vem de estudos científi­cos interculturais com base na me­todologia conhecida como cultural standards. Esta metodologia cientí­fica procura identificar as diferenças culturais de um povo para outro sem procurar determinar perfis culturais extensíveis a quaisquer outros gru­pos.

Em termos procedimentais da metodologia cultural standards, são recolhidas entrevistas em elevado número e os dados tratados com técnicas de análise de estudos qua­litativos. E, finalmente, os resultados são apresentados e discutidos com os entrevistados com o fito de avaliar o grau de fiabilidade das conclusões alcançadas. Este procedimento tem por princípio evitar a formação de estereótipos sempre indesejáveis. Dos estudos que conhecemos onde largo número de chineses por cá residentes foram entrevistados, extraí­mos seis dimensões presentes em todos os estudos, ou seja, seis aspe­tos culturais em que os chineses se consideram muito ou totalmente diferentes dos portugueses.

A imagem dos portugueses aos olhos dos chineses

Em primeiro lugar, é o ritmo de vida. Para os chineses, o ritmo quotidiano dos portugueses, seja no âmbito profissional, seja no âmbito indivi­dual ou familiar, é muito menos rit­mado que o dos chineses. Os entre­vistados fazem notar que para além de filas infindáveis nas diversões da Disney em Shanghai ou em Hong Kong, não existem filas na China, nem nas grandes cidades ou quando existem dispersam-se instantanea­mente. Por cá, as pessoas aceitam como normal a existência de filas e o ter de esperar. E, há filas por todo o lado: nos transportes, no super­mercado e até para comprar bilhetes para os espetáculos. Os chineses acham que os nossos jantares são demasiado demorados e entedian­tes. Até a «comida fast» tem a mesma dinâmica que o resto ao con­trário do que se possa encontrar na China. Os chineses têm dificuldade em compreender porque se leva duas ou mais semanas para emitir um cartão bancário ou porque se leva dois dias para receber um pa­cote enviado por correio rápido ou, porque as entrevistas e encontros são marcados com uma dilação de vários dias. Assim acontece porque é este o modo de estar das pessoas, um ritmo relaxado de vida e da acei­tação de «ter de esperar».

É evidente que este ritmo pausado da vida é responsável pelo nosso baixo nível de produtividade, e quando comparado com a Europa, a nossa produtividade é das mais baixas de toda a União Europeia, não porque sejamos menos capazes, mas sim, devido à nossa cultura de vida pausada.

O segundo aspeto cultural, referido pelos chineses, que os distancia de nós é a relativa falta de ambição das pessoas de cá. Segundo os entre­vistados, os portugueses não se im­portam com o seu próprio desem­penho e nem com a sua própria progressão social. De facto, estudos de outros estudiosos de assuntos interculturais, como por exemplo, Hofstede, indicam que os chineses são muito mais competitivos do que os portugueses. O sentido de su­cesso material está sempre presente nas mentes chinesas ao passo que os portugueses preferem o bem- -estar e uma vida sossegada.

O terceiro ponto onde as culturas se distanciam muito é a cultura do lazer. Os portugueses preferem ati­vidades «outdoor» e os chineses, ao invés, preferem entretenimentos «in­door». Estes admiram como os por­tugueses conseguem estar horas a fio na praia, sem fazer nada. É ver­dade que nas nossas praias vemos apenas um por cento das pessoas a nadar e outro um por cento a jogar à bola! Os outros noventa e oito por cento estão deitados a apanhar sol! Os chineses são incapazes desta forma de lazer, se não nadam, têm de comer, se não comem, têm de jogar, se não jogam, têm de dançar, mas parados não conseguem ficar! Efetivamente, os orientais são muito mais inclinados para o entreteni­mento dentro de portas, como se­jam o karaoke ou jogos de cartas, nomeadamente o «mahjong».

portugueses mira chineses 2 Elemento água – típico em jardins chineses

A quarta dimensão apontada pelos chineses como sendo diferente dos portugueses é a cultura gastronó­mica.

Como se sabe, existem muitos pon­tos de contato entre as duas cozi­nhas, nomeadamente, a preferência pelo marisco, o recurso em larga medida a galináceos, o uso regular de leguminosas e vegetais em geral na alimentação quotidiana e, riqueza e variedade de pratos. Abundam, ainda assim, diferenças culturais na relação com a comida: os portugue­ses preferem comida pouco condi­mentada, preferem o realçar do sabor original dos alimentos, ao con­trário dos chineses que preferem comida cozinhada com muito óleo e com muitos molhos. O trigo é o cereal principal na produção de pão cá em Portugal e os portugueses consomem muito pão; na China, o pão é feito, essencialmente, de fari­nha de arroz ou farinha de feijão de soja. O seu consumo varia geografi­camente.

No mundo das bebidas quentes, o uso do chá na China tem o seu con­traponto em Portugal no uso do café. Como é sabido, a expressão massiva do chá na China, tanto no apreço como nos efeitos (a teína, presente no chá, tem o mesmo efeito que a cafeína no café, pois atua como inibidor de sono) tem uma correspondência similar ao pa­pel do café em Portugal: os chineses bebem tanto chá quanto os portu­gueses bebem café. Também pode­mos dizer que se bebe muito chá em Portugal. O que certamente não fazemos é chá com leite – os chine­ses adoram esta mistura, como tam­bém, chá com limão (às rodelas) açu­carado ou com mel. Esta é uma bebida que é usada frequentemente após a refeição do almoço ou ao lanche. Outro pormenor cultural é a arte do chá. Não obstante, os chi­neses não praticarem a arte do chá com a minúcia e folclore como acon­tece no tradicional «cha-no-yu» ja­ponês, os apreciadores de chá executam o que se chama de «kung fu cha», o que se pode traduzir por “preparação laboriosa de chá”. Esta prática requer equipamento ade­quado e taças de porcelana de chá de boa qualidade e um bom conhe­cimento das diferentes nuances de folhas de chá bem como de tempe­raturas de água para atingir os me­lhores resultados.

Outra diferença notória entre os dois povos é o serviço e disposição da refeição. Os portugueses, como todos os povos ocidentais, utilizam mesas quadradas ou retangulares para a refeição e, cada indivíduo tem a porção servida no seu prato. Os chineses comem em mesas re­dondas e os pratos são servidos to­dos ao mesmo tempo, colocados no centro da mesa, em jeito de par­tilha. Os chineses referem ainda que a refeição à portuguesa, sobre­tudo em ambiente mais formal, é bastante demorada, por um lado, porque é assim que as pessoas apreciam, e por outro, porque a co­mida é servida de modo sequencial – primeiro, a entrada, de seguida, a sopa, o prato principal que pode ser repartido em peixe e depois a carne, e por fim, a sobremesa. O costume chinês é servirem os pratos todos ao mesmo tempo, in­cluindo a sopa – as pessoas comem a sopa ao mesmo tempo que co­mem a restante comida, e em regra, não há sobremesa, porque toda a comida chinesa tem um ligeiro sa­bor adocicado de modo que não se sente a necessidade de sobre­mesa no final do repasto.

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Tomando café numa esplanada tipicamente portuguesa

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Uma casa de chá em Macau

A quinta dimensão que os chineses consideram muito distante dos por­tugueses é o conservantismo e a falta de propensão para a inovação.

Os chineses referem que os portu­gueses são muito zelosos no cum­primento das regras e regulamentos, acomodam-se ao estabelecido, o que os torna pouco flexíveis à mu­dança e à aceitação da diferença. Como consequência, o nível de ino­vação e empreendedorismo é redu­zida em Portugal. Os chineses, pelo contrário, acham-se sempre em constante procura de novas soluções para velhos problemas, aceitam a mudança com naturalidade e dis­põem-se a experimentar tudo o que é novo.

Apesar de os chineses não aprecia­rem o conservantismo português reconhecem que este tem efeitos positivos. Entre outros, referem que por os portugueses acatarem as leis com naturalidade, a sociedade por­tuguesa é mais ordeira, como o ato das pessoas validarem os seus títu­los de transporte mesmo sem terem de passar por nenhum sistema de controlo de acesso. O relaciona­mento com os portugueses é fácil e agradável porque consideram que somos previsíveis, diretos na comunicação, sem ambiguidades no uso da palavra e a lógica intrín­seca é bivalente – ou é ou não é. Este aspeto é fácil de compreender, sabendo que os chineses são um povo que utiliza a linguagem indi­reta e contextualizada. Um exemplo disso é no léxico chinês não contém a palavra “não” per si, e como tal, nunca dizem que não, preferindo explicar a rejeição através de expo­sições não lineares com imagens e afins.

A sexta e última dimensão encon­trada é os chineses acharem que os portugueses são entusiastas, mas superficiais no relacionamento in­terpessoal. Os chineses referem que os portugueses, no seu relaciona­mento com estrangeiros, são posi­tivos, otimistas e confiantes. De­monstram enorme vontade de ajudar e são simpáticos. No entanto, e apesar dos beijinhos com que pre­senteiam aos novos conhecidos, os chineses acham que é difícil perten­cer ao círculo de relações chegadas dos portugueses. Acrescem que isso também acontece entre os por­tugueses. Por outras palavras, em termos sociais, o grupo de pessoas chegadas é sempre um grupo muito pequeno e muitas vezes, restringe-se unicamente à família. Dizem os chineses que os portugueses, no seu dia a dia, apressam-se para jan­tar em casa com a família, ao passo que eles preferem não cozinhar e encontrar-se com amigos em res­taurantes.

Os chineses apercebem-se de um facto interessante da cultura orga­nizacional em Portugal: os portu­gueses esforçam-se para criar um ambiente harmonioso (mas superficial) no local do trabalho, onde pro­curam dar-se bem com os colegas e também com o seu superior hie­rárquico mas que não têm o mesmo respeito, veneração e consideração que eles (chineses) têm pelo seu superior hierárquico. Acham que os portugueses obedecem aos seus superiores por razão de dever e nunca de corpo e alma. É curioso essa observação por parte dos chi­neses leva-nos a perceber como intuitivamente praticamos o velho ditado que diz: «manda quem pode e obedece quem deve»!

Simbologia e outras impressões de Portugal no olhar dos chineses e macaenses: Uma experiência concreta

A experiência foi realizada com estudantes na sua grande maioria vindos de Macau e da China do Insti­tuto de Cultura e Língua Portuguesa da Faculdade de Letras da Universi­dade de Lisboa no ano letivo de 2015/2016, de nível Avançado do Curso Geral de Português, na disci­plina de Portugal através dos Média. As imagens culturais resultantes des­tes orientais, sobretudo dos chineses e dos macaenses1, concordam, em grande medida, com as de muitos estudiosos portugueses que pos­suem um olhar atento em relação à sociedade portuguesa.

Os aspetos culturais salientados nas imagens construídas, tanto os posi­tivos como os negativos, são retira­dos de diários que foram sendo ela­borados a título de tarefas caseiras ao longo do primeiro semestre do referido ano letivo. Estes foram re­digidos em estilo autobiográfico, contendo as impressões dos alunos sobre a prosperidade ou a pobreza, o engenho ou a falta do mesmo, as festas, a família e o sistema socipo­lítico português, tendo sido poste­riormente organizados e divididos em oito áreas temáticas: Gastrono­mia; Simbolismo; Impressões; Tradi­ções e/ou Hábitos; Geografias; Migrações; Filosofia e Utopia.

Assim, aos seis aspetos culturais ana­lisados anteriormente se vêm juntar mais oito relativos às áreas temáticas pesquisadas.

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Comecemos pela gastronomia, e pelas imagens gastronómicas sus­citadas em Macau, onde como já foi referido, sobressaem as dife­renças culturais, mas com a introdução de um novo e importante dado para análise, vindo da parte dos alunos macaenses, quer per­tencentes à comunidade chinesa stricto sensu quer à que constitui a dos portugueses do Oriente, os filhos da terra macaenses. Distin­gue-se então uma gastronomia de fusão que vai desde os pastéis de nata às mais diversificadas misturas com paladares de antigos territó­rios portugueses, criando uma co­zinha típica da Região Especial que contrariou as expetativas de os es­tudantes a poderem vir encontrar em Portugal. Diz-nos Francisca (Lam Iok Heng, T18, Macau, 2 de outubro, 2015):

“Os pratos macaenses sofreram influência da culinária de vários países, e alguns vieram de países lusófonos. Pensava que a Galinha à portuguesa, o Joelho de Porco Assado com mel, a Galinha à Afri­cana eram pratos típicos de Por­tugal. No entanto, reparei que aqui não existem, pelo menos com esse nome.”

Pelo que quando é dada aos estu­dantes a possibilidade de escolhe­rem entre gastronomia da diferença total ou aquela que advém do cru­zamento de culturas, optam pela cu­linária da fusão, a que lhes traz sau­dades e os transporta à terra natal ou onde vivem há longo tempo. O que acaba de ser afirmado não pode deixar de conduzir à questão de saber quem considerar ma­caense. Não pretendendo entrar por esse campo, de alto valor socioló­gico, mas lateral ao estudo, há no entanto a especificar que aqui se in­cluem nesta categoria todos aqueles que nasceram em Macau, fruto do encontro dos portugueses com chi­neses ou outras etnias asiáticas, ou ainda, os que vindos da China, aí vivem há longo tempo.

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À gastronomia da fusão, segue-se um conjunto de figuras simbólicas portuguesas, distinguidas por estes alunos chineses e macaenses, que mantêm um laço interessante com a tradição, já que ainda hoje são apontadas grandes figuras do fute­bol, e sobretudo Cristiano Ronaldo, tal como na tradição sucedera com Eusébio ou Amália Rodrigues. Tam­bém o fado aparece como símbolo cultural de eleição, mas não ligado a um qualquer fadista em particular. As áreas culturais mais referidas, pela positiva, são as que dão origem aos três “Fs”: Fátima, Futebol e o Fado. O futebol encarnado na figura simbólica de Cristiano Ronaldo, muito enaltecido como o melhor jo­gador do mundo, é ainda pretexto para mostrar como os portugueses não podem receber o rótulo de pre­guiçosos, muito negativo a olhos chineses, já que o CR7 é a prova viva do contrário.2

São ainda mencionados símbolos ar­tísticos como a filigrana ou o azulejo. Entre os trabalhos simbolicamente mais relevantes encontram-se as obras em azulejo e filigrana, cujas tradições são enaltecidas, surgindo o nome da artista Joana Vasconcelos associado a esta última arte, em “Coração Independente Dourado” de 2004.3

Há ainda outros símbolos físicos tão palpáveis e concretos como os ca­fés, ponto de encontro duma cultura que elege o exterior como espaço privilegiado do lazer. Há, porém, um símbolo na mira de chineses e ma­caenses, mais que geográfico, as­sume um valor cultural incondicio­nado em Portugal: o mar, ou melhor, o espírito do mar. Este, enquanto espaço de aventura e descoberta, conduziu os portugueses a todos os cantos do mundo; segundo Minga (Zhou Liumin, T18, China, 11 de ou­tubro, 2015):

“Foi por causa dos descobrimen­tos que os portugueses lançaram e que tiveram origem nos desejos impregnados na alma de se aven­turarem. Hoje em dia há milhões na diáspora, que têm sido inspi­rados pelo espírito do mar que anima este povo, sempre pronto a descobrir mundos diferentes.”

E se hoje somos um povo de emi­grantes, e por alguns chineses consi­derados os ciganos da Europa, tal se fica a dever, na leitura destes estu­dantes, à absorção do espírito do mar que nos anima e orienta para e pelo mundo, numa descoberta incessante de novos povos e suas culturas.

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Pão tipicamente português e baozi chinês

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No que respeita às impressões de Portugal, vemos desenhar-se um aspeto cultural levemente racista, porque, dizem eles, os portugueses no contacto com os outros povos, além da imagem que transmitem, já referida, um tanto superficial e simpática nos relacionamentos, ma­nifestam um certo racismo sobre­tudo ao estabelecerem contacto com asiáticos e africanos. É ténue, não é grave nem mortal, mas inco­modou alguns destes estudantes. Diz Clara (Ho Hio Teng, Macau, 24 de outubro, 2015):

“Mais duma vez, fui discriminada pelos portugueses. Eles aponta­ram-me o dedo, mas apenas pas­sei na rua sem fazer nada de ofen­sivo. Houve um português que nos sugeriu o regresso à nossa terra, deixando Portugal de vez. Outro fez os olhos dele mais pe­quenos para nos incomodar, visto que somos asiáticos e temos olhos de dimensões mais reduzidas.”

E a aluna acrescenta que muitos dos países ainda estão a lutar por con­dições sociopolíticas semelhantes às que se vivem na Europa, pelo que remata quanto a expressões racistas: “A liberdade de expressão é muito valiosa, há imensos países que ainda estão a lutar por ela. Espero que as pessoas com este direito o possam valorizar, sem o desperdiçarem em algo estúpido.” (Ibidem).

Há quem vá mais longe conside­rando que este tipo de racismo se pode encontrar por toda a Europa, abrangendo também árabes. Con­tudo, a maioria dos estudantes prefere saliantar a costela simpática e inclusiva dos portugueses.

Os valores, saídos das revoluções americana e francesa são no geral enaltecidos e considerados importan­tes, sobretudo no que se refere à edu­cação, sendo muito sentida a pressão que as crianças e jovens chineses so­frem numa sociedade altamente competitiva, o que, na perspetiva de mui­tos deles, torna os meninos infelizes por não terem o tempo de lazer ne­cessário a um desenvolvimento equ­liibrado. Também a posição de mu­lher portuguesa na sociedade é vista com muito agrado e louvado o seu estatuto profissional e independente do marido no casamento. Muitos es­tudantes veem como algo de positivo as mulheres não abdicarem da sua personalidade e contribuírem economicamente para a família. É ainda salientado o facto de quanto ficam sozinhas, continuarem a lutar. Há até quem coloque a hipótese de a futura presidência da república portuguesa ser entregue a uma mulher.4

Entre as impressões mais negativas conta-se a provocada pelas greves. Os estudantes, embora reconheçam o valor dos sistemas políticos oci­dentais, parecem pouco dispostos a aceitarem as consequências práti­cas dos mesmos. Pelo que as manifestações e as greves, sobretudo em setores-chave como a educação e a saúde, são resssentidas como abu­sivas e destabilizadoras da ordem e harmonia sociais. É ainda na relação dos portugueses com o trabalho que surgem impressões e imagens mais negativas. Os estudantes chi­neses não percebem por que razão os portugueses não possuem atitu­des ativas, por exemplo, quando perdem o emprego e como reação se põem a dizer mal do governo ou vão passear para a praia, como se nada fosse.

Mais? Grande é ainda a impressão provocada pela beleza e limpeza do metro de Lisboa, cujas estações são consideradas verdadeiras obras de arte para as quais grandes nomes de artistas portugueses têm vindo a contribuir, criando uma excelente e muito aprimorada impressão artís­tica nos estrangeiros em geral e nes­tes estudantes chineses em particu­lar.

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Na produção de imagens relativas a hábitos e tradições distinguem-se, além dos hábitos gastronómicos do café a Ocidente e do chá a Oriente, ou da vontade de partilha física, económica e espiritual, à mesa chinesa, versus o individualismo por­tuguês, o consumismo que se esta­beleceu no Oriente, sobretudo em Macau e na China em torno das principais festividades ocidentais, tais como o Natal.

É construída ainda uma imagem po­sitiva em torno do civismo portu­guês, visto como um hábito alta­mente salutar e expresso, de acordo com estes estudantes, na paciência com que os condutores tratam os peões nas ruas. Célia (Chan Un Man, T 17, Macau, 5 de dezembro, 2015) refere-o por contraste à aventura em que se transforma atravessar uma rua em Macau:

“Pelo contrário, os condutores por­tugueses normalmente têm muita paciência, ou seja, estão muito educados em termos de condu­ção. Além de pararem sempre nas passadeiras, às vezes deixam os pedestres passar embora o semá­foro esteja verde. Lembro-me duma vez que o condutor não me viu, e depois de ter passado, pa­rou e me pediu desculpa.

Acho que este é um hábito que vale a pena ser seguido pelos condutores do mundo inteiro.”

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Que imagens culturais nos revelam estes estudantes chineses da geo­grafia portuguesa? Quais os símbo­los geográficos que distinguem? Dentro da geografia humana, en­contramos na linha da frente, a pai­sagem arquitetónica em honra dos Descobrimentos, tal como a Torre de Belém ou o Padrão dos Desco­brimentos. Mostram ainda grande propensão para valorizar meios de transporte como o Ascensor da Gló­ria, que os conduz a um Portugal antigo com uma cultura diversifi­cada, além de apontarem para cafés e esplanadas que normalmente con­trapõem às casas de chá chinesas. Referem ainda a calçada portu­guesa, apelidada uma verdadeira obra de arte. Calçada esta que mui­tos deles já haviam encontrado em Macau, sob administração portu­guesa por mais de 400 anos, como refere Kathy relativamente ao Cen­tro Ecuménico de Kum Iam, arqui­tetado por Cristina Leiria pouco an­tes da transição de Macau para a China, e acrescenta uma reflexão sobre a importância de prevalecer uma ordem mundial pacífica.5 O facto de a Região de Macau ter es­tado sob administração Portuguesa deixou as suas marcas no terreno, ainda que Portugal saia a ganhar por ser menos poluído, já que a po­luição é uma preocupação cons­tante na geografia mental destes alunos. Diz-nos Clara (Chan Hoi Leng, T17, Macau, 5 de dezembro de 2015):

“Lisboa faz-me recordar o am­biente anterior de Macau. Dantes o Território também possuía ar fresco, céu limpo e tranquilidade. Ontem li uma notícia sobre a po­luição do ar em Portugal, a qual será a causa de maior número das mortes no futuro. Mas o país ainda consegue manter a quali­dade do ambiente, sendo uma terra confortável e maravilhosa. Acho que os portugueses devem preocupar-se com este pro­blema.”

Também o tempo é considerado uma verdadeira bênção divina6, que fica gravada em turistas de todo o mundo, não escapando os chineses à regra. Estes têm vontade de re­gressar a Portugal só para poderem contemplar o magnífico azul do céu.

A cidade de Lisboa é ainda consi­derada pela grande maioria um excelente sítio para se viver pela calma, paz e qualidade de vida que proporciona, difícil de encontrar em muitos países asiáticos, ainda que algumas cidades chinesas, como Tianjin, nas palavras duma das alu­nas tianjinenses, simultaneamente professora no Instituto Confúcio, se lhe possa comparar7.

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As imagens culturais relativas à mi­gração, e portanto ao acto de viajar, bem como às oportunidades que proporciona, não podiam ser mais positivas. Viajar permitiu a muitos destes estudantes abrir horizontes, favorecendo oportunidades existen­ciais únicas. Porque vieram até Por­tugal, puderam escapar à rotina de acabar o curso e imediatamente co­meçar a trabalhar, a fim de comprar casa e constituir família. Como tal, por viajar podem entrar em contacto com modos de vida diferentes, sendo os Estados Unidos da Amé­rica também apontados como um exemplo de excelência para se cul­tivar formas alternativas de estar, pouco conservadoras, até do ponto de vista sexual, que lhes permite en­contrar formas distintas da organi­zação familiar tradicional.

Mas os portugueses situam-se em primeiro plano no olhar destes es­tudantes por serem viajantes eméri­tos susceptíveis de conceder ótimos exemplos de vida. Eles quando não viajam, leem, dando verdadeiras li­ções de vida a uma geração de chi­neses e macaenses condicionada pela informática e seus múltiplos jo­gos. Alguns dos alunos chineses re­ferem o ter vindo até Portugal como motivador da reaprendizagem do hábito da leitura. Um dos alunos, Mário (Hoi Tang U, T18, Macau, 20 de novembro de 2015) encontrou mesmo a possibilidade de classificar a socie­dade portuguesa segundo a etiqueta “3 Ls”: São “Os “3 Ls” mais represen­tativos da comunidade portuguesa, a saber: Leite, Leitura e Ladrão.”

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Os estudantes chineses e macaen­ses parece privilegiarem os valores transmitidos pela filosofia ociden­tal. Consideram os nossos idosos muito mais desportistas do que os chineses e pensam que fazer des­porto prolonga favoravelmente a vida dos mais velhos8. Também apreciam o facto de os ocidentais estarem menos preocupados em comprar casa e constituir família, parecendo tirar melhor partido da vida por não se preocuparem tanto com o trabalho e com as questões financeiras9.

A poluição na China e em Macau é uma preocupação constante nestes es­tudantes, o que os leva a defender va­lores filosóficos ecológicos, formando uma imagem cultural muito positiva dos portugueses neste domínio.10

portugueses mira chineses 6 

Grande Ponte Hong Kong, Zhuhai e Macau.

A cognição cultural é a ponte para a aproximação de sociedades de características culturais diversas

Um outro aspeto cultural muito valo­rizado é a globalização, pelo que os estudantes chineses consideram hoje menor a diferença cultural entre oci­dentais e orientais, ainda que com um predomínio dos valores dos pri­meiros sobre os segundos, ou seja, a globalização segue o padrão ociden­tal. Segundo Emily (Huang Jingting, T18, China, 15 de outubro de 2015):

“Um dia comum dum cidadão duma metrópole qualquer pode ser assim: Levanta-se quando o despertador do Iphone toca. De­pois de tomar um duche com champô de P&G, toma um copo de café da Nestlé. Conduz até ao trabalho no seu Mercedes, onde almoça. Compra um cheesebur­ger no McDonald’s que engole na frente de um computador Mac. Para jantar, convida os amigos por whatsapp e juntam-se todos num restaurante duma grande cadeia. Acaba dia deitado numa cama do IKEA.”

Resumindo, atualmente pensamos quase todos da mesma maneira, porque há um modo de vida geral que aceitamos, muito condicionado por um determinado modelo eco­nómico, que nos padroniza, mesmo inconscientemente, pelo que os es­tudantes se sentem muito próximos uns dos outros, sejam asiáticos, europeus, africanos ou americanos: grande parte aspira ao mesmo, den­tro e fora da escola ou no trabalho: estarem ligados a uma qualquer rede informática, terem muitos ami­gos online e inúmeros apetrechos informáticos, de computadores a iphones, passando pela comida sim­ples e rápida, bem como por casas práticas e funcionais.

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Por fim, conclui-se com um sonho utópico, expresso por um chinês, acredito que partilhado por muita gente ao longo dos tempos, que é o desejo dum mundo pacífico, har­monioso, espontâneo e não hierar­quizado, evidenciando uma ordem fraterna e universal, tal como é des­crita por Jesse (Jianxin Guo, T21, China, 15 de janeiro, 2016):

“Os países e governos desapa­recem, a Terra é casa para toda a gente; o dinheiro e a proprie­dade privadas desaparecem, nin­guém trabalhará para viver por não ser necessário fazê-lo. Ha­verá máquinas que o fazem per­feitamente por nós. Ninguém terá problemas de alojamento ou comida, as pessoas podem tra­balhar, mas só por amor ou para gozar a vida. As cidades e a fa­mília desaparecem, porque ha­verá novos meios de transporte que podem levar as pessoas para qualquer sítio da Terra num se­gundo, e toda a terra será uma família (...) Na utopia, vive-se mais de 1000 anos (...) Ninguém come carne, toda a gente é ve­getariana, mesmo os animais são vegetarianos, por exemplo, os ti­gres, leões entre outras feras só comem vegetais, as pessoas e animais vivem em harmonia e felicidade.”

Seguindo o raciocínio de Jesse, seria bom que nos tivéssemos na mira um dos outros não para nos rotularmos ou dispararmos uma série de precon­ceitos e ideias feitas, mas para que nos procurássemos entender cada vez melhor, para convivermos o mais perfeitamente possível, no respeito uns pelos outros, dum modo vário, global quanto baste, em que a única postura de facto universal fosse de aceitação dos outros e suas maneiras de ser e de pensar. Acreditamos que o presente artigo é mais um passo conjunto nessa direção.


1 Havia outros estudantes no curso, vindos de diferentes partes da Ásia, da América do Norte e do Sul, de África e do Médio Oriente, ainda que se encontrassem em minoria, além de não constituírem fonte de produção de imagens culturais relevantes para o domínio do presente estudo centrado em Macau e na China.

2 Mário (Hoi Tang U, T18, Macau, 10 de outubro, 2015): “Não concordo que os portugueses sejam preguiçosos. O Cristiano Ronaldo já o provou e ele é um exemplo para incentivar as pessoas que tentam alcançar os seus objetivos.”

3 Ester (Un Pui Seong, T18, China, 25 de outubro de 2015) “Já em Portugal e no século XXI, a artista plástica Joana Vasconcelos recorreu ao imaginário da filigrana para elaborar uma obra de arte chamada Coração Independente Dourado, em 2004, por isso vejo que a tradição da filigrana continua viva no país.”

4 Lisa (Guo Li Sha, T18, China, 1 de novembro de 2015): “É possível que o próximo presidente de Portugal seja uma mulher!”

5 Kathy (Lam Ka Man, T21, Macau, 3 de outubro de 2015): “Após a segunda guerra mundial, os países colonizados foram-se tornando independentes. Em 1999, a soberania de Macau também foi transferida de Portugal para a China. Desejo que, de agora em diante, não haja mais guerras nem colonizações. Todo o mundo pode aprender a respeitar diferentes culturas e religiões de todas as raças.”

6 Ester (Un Pui Seong, T18, China, 22 de novembro de 2015) “Ontem, perguntei a uma amiga minha que já regressou à Malásia se ela tinha saudades de Portugal. Ela respondeu-me que estava com saudades do clima. Acho que é certo que as pessoas, seja o povo, sejam os turistas, todos gostam muito do clima. Mal chegam aos países deles querem regressar a Portugal. E, sim, o clima português é um símbolo do país e uma benção de Deus.”

7 Júlia (Wang Guangzhu, T17, China, 13 de outubro, 2015): “Penso que Tianjin e Lisboa têm muitas semelhanças, ambos os lugares são tranquilos, sendo adequados para viver. Muitos amigos de cá me disseram que Lisboa é uma cidade muito pequena. Porém, para mim, Lisboa é todo um mundo. Porque aqui o ambiente é agradável, há árvores e flores em toda parte, além disso, o rio Tejo e o mar atraem-me muito. Gosto imenso das praias em volta da cidade, tipo Cascais.”

8 Mário (Hoi Tang U, T18, Macau, 30 de novembro de 2015): “Depois de voltar para Macau, vou partilhar o dia-a dia dos idosos portugueses com o meu avô, para o convencer a começar a fazer mais desporto e a lutar pela longevidade.”

9 Kathy (Lam Ka Man, T21, Macau): “Quando comparo as sociedades ocidental e oriental, vejo que a sociedade ocidental não dá tanto ênfase aos resultados da escola e aos valores familiares como sucede no Oriente. Os pais encorajam os filhos a aprender com a vida diária, e não só nos livros escolares. Embora o dinheiro seja muito importante na nossa vida, acredito que a vida é para ser vivida, e não só para ser sobrevivida.”

10 Pedro (Chan Hangbin, T17, China, 30 de outubro de 2015): “Comparando com os países europeus, como Portugal, o governo de Macau tem muitos menos sensibilidade para a proteção ambiental e não tem uma atitude ativa para a implementação de políticas relevantes.”

Referências Bibliográficas

FOK, K. C. (1987). Early Ming Images of the Portuguese, Portuguese Asia: Aspects in History and Economic History (Sixteenth and Seventeenth Centuries), P. Ptak (ed.), Suttgart: Franz Steiner Verlag Wiesbaden GmgH.

Turmas 17, 18 e 21: Diário de Bordo do Instituto de Cultura e Língua Portuguesa da Faculdade de Letras de Lisboa para o mundo no ano letivo de 2015/2016. Coordenação de Ana Cristina Alves.


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